O MDIC divulgou dados da balança comercial de 2017, com saldo histórico de US$ 67 bilhões

Na última terça-feira (2),  o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira, em entrevista coletiva em Brasília, divulgou os dados positivos da balança comercial do ano, destacando o saldo recorde atingido pelo Brasil, de US$ 67 bilhões, e o primeiro crescimento das exportações brasileiras depois de cinco anos e das importações em três anos.

As vendas externas do país totalizaram US$ 217,746 bilhões, no ano passado. Sobre 2016, foi registrado crescimento de 18,5%, pela média diária.

O balanço das importações, a soma foi de US$ 150,745 bilhões, havendo um acréscimo em relação a 2016 de 10,5%, pela média, sobre o mesmo período anterior (US$ 137,552 bilhões). De acordo com o ministro, “O acréscimo das importações, segundo os economistas, significa que houve retomada do crescimento da economia brasileira”.

A corrente de comércio em 2017 alcançou US$ 368,491 bilhões, representando aumento de 15,1% sobre o ano anterior (US$ 322,787 bilhões).

Já o saldo comercial (US$ 67 bilhões) foi 40,5% superior ao alcançado em igual período de 2016 (US$ 47,683 bilhões).

“O superávit recorde em 2017 se deve ao aumento das exportações e das importações durante o ano. Importante destacar esse desempenho porque o saldo aferido em 2016 foi resultado de uma queda nas importações de 20% e também das exportações de 3,5%, em relação a 2015. Agora temos uma retomada real da economia e sobretudo no comércio exterior brasileiro”, disse Marcos Pereira.

“Em relação aos volumes de exportações”, completou, “2017 terminou com recorde de 692 milhões de toneladas, o que representou um crescimento 7,2% em relação a 2016”. O ministro observou também que este crescimento ocorreu sobre uma base de comparação elevada, que já havia sido recorde.

“Verificou-se ainda uma recomposição dos preços das commodities exportadas”, avaliou o ministro. “O ano de 2016, registrou o menor nível de preços de exportações em cerca de 10 anos. Já em 2017, tivemos aumento médio de 10,1% dos preços da pauta exportadora”, esclareceu.  O minério de ferro teve aumento de 40,9%, o petróleo em bruto de 32,2%, a celulose de 11,3%, o açúcar em bruto de 10,7%, e os semimanufaturados de ferro e aço de 34% na comparação com 2016.

 

Acesse os dados completos da balança comercial de 2017

 

Expectativas para 2018

O secretário de Comércio Exterior do MDIC, Abrão Neto, falou sobre as expectativas para 2018. O mesmo, afirmou que é esperado um aumento do comércio pelo segundo ano consecutivo. “Nossa expectativa é que os valores tanto das exportações quanto das importações sejam os melhores dos últimos três anos, superiores a 2015, 2016 e 2017.”

“O saldo positivo deve ser robusto e ficar na casa de US$ 50 bilhões de dólares, o que seria o segundo maior superávit da série histórica brasileira, atrás apenas de 2017”, disse. Segundo o secretário, isto deve acontecer pela tendência das importações crescerem mais do que as exportações em 2018.

 

Principais projeções do MDIC para 2018

 

Aquecimento da demanda interna. “O crescimento esperado para a economia brasileira em 2018 deve intensificar a demanda por importações, tanto por parte das empresas – com o interesse na aquisição de bens intermediários, insumos e bens de capital – quanto das famílias brasileiras que, com o aumento de renda e da confiança na economia, devem aumentar as aquisições, principalmente de bens de consumo”, avalia Neto.

Aumento da produção de commodities minerais, em especial, de petróleo e de minério de ferro.  A previsão da Agência Nacional de Petróleo (ANP) é de crescimento da produção de petróleo em bruto de 11,5%. O que representará, consequentemente, na avaliação do secretário, aumento das exportações desses dois itens em 2018.

Manutenção do volume exportado de grãos. “Temos a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) da segunda maior safra de grãos da história, com 226,5 milhões de toneladas, uma redução de aproximadamente 5% em relação à safra recorde de 2017. E esta segunda maior safra, combinada com nível elevado de estoque de grãos, deve fazer com que mantenhamos o nosso volume de vendas externas em quantidade para 2018”, analisa o secretário.

Projeções de crescimento da economia e do comércio mundial. Segundo o FMI, a economia mundial deve crescer 3,7% neste ano, inclusive com aumento de importantes parceiros comerciais brasileiras como a China, que deve crescer 6,5%, além de EUA (2,3%), Argentina (2,5%), Zona do Euro (1,9%), além de América Latina e Caribe (1,9%). Já a OMC prevê que o comércio mundial cresça 3,2% em volume em 2018. “Ambos os aumentos – da economia e do comércio mundiais – devem contribuir para o bom desempenho da balança comercial brasileira”, explica.

Manutenção do nível da taxa de câmbio. Esta é uma previsão do Boletim Focus de taxa média do dólar de 3,31 reais para o ano.  Algo parecido com a média de 2017, que foi de 3,19 reais. “Seria uma desvalorização do real frente ao dólar de aproximadamente 4%, apenas”, disse.

Ações de abertura e facilitação de comércio. Teremos efeitos positivos de ações em curso realizadas pelo MDIC. “Eu destaco o início da vigência do nosso Acordo Automotivo com a Colômbia, permitindo em 2018 a exportação de uma cota de 25 mil unidades de veículos sem Importo de Importação” disse o secretário, reforçando que o setor também prevê um aumento de 10,6% nas exportações gerais de veículos em 2018. Abrão citou ainda o início da vigência do Acordo de Livre Comércio com o Egito, para onde o Brasil exportou US$ 2,4 bilhões em 2017.

Portal Único de Comércio Exterior. Em implantação faseada, o Portal Único de Comércio Exterior permitiu, em 2017, o início do Novo Processo de Exportações. Para 2018, está previsto o início do Novo Processo de Importação. O secretário ressaltou que ao longo de 2017 os dois sistemas existentes, o atual e o novo, conviveram paralelamente. Mas que, a partir de 2 de julho de 2018, todas as exportações deverão ser feitas, exclusivamente, por meio do Portal Único de Comércio Exterior. “Com isso, esperamos ganhos nas nossas vendas externas e corrente de comércio, sendo que, ao longo de 2018 será implantado também o Novo Processo de Importações que trará menos burocracia e outras vantagens para o comércio exterior brasileiro”.

 

Fonte: MDIC