Brasil terá acesso a mercado de US$ 20 bilhões

Segundo Abrão Neto, secretário de Comércio Exterior do MDIC, acordo de compras governamentais do Mercosul, assinado em 2017, dará acesso ao país a um mercado avaliado em US$ 20 bilhões.

O protocolo tem o intuito de possibilitar à empresas brasileiras de participar, em condições de igualdade, nas licitações públicas argentinas, paraguaias e uruguaias. No entanto, o trato é válido apenas para projetos dos governos federais e ainda precisa ser aprovado pelo Congresso e ser sancionado pelos chefes do Executivo de cada um dos países.

Nas exportações de bens, o secretário indica que as principais oportunidades estão nos setores de máquinas e equipamentos, eletroeletrônicos, automotivo e metalurgia. Já em relação a serviços, destacam-se os setores de arquitetura, engenharia, informática e publicidade.

Abrão Neto avalia ainda que a participação das empresas brasileiras nas licitações de obras públicas da Argentina e do Uruguai tem potencial de gerar contratos acima de uma soma de US$ 5,7 milhões.

Impacto

Em entrevista ao Diário do Comércio e Indústria, o professor de relações internacionais da FAAP, Marcus Vinicius de Freitas, analisa que o acordo é positivo, tendo em vista que o grau de protecionismo do Brasil na área de compras governamentais sempre foi elevado – as empresas argentinas, uruguaias e paraguaias também poderão participação das licitações do País.

Abrão Neto do Mdic informa, que os países do Mercosul terão mais rodadas para negociar a inclusão dos governos estaduais e municipais no protocolo.

“Esperamos que as maiores garantias de acesso aos mercados do Mercosul tenham impacto positivo sobre as exportações brasileiras de bens e serviços, inclusive com ganhos de escala e eficiência nas estruturas produtivas das nossas empresas”, considera.

“Tais ganhos podem impulsionar uma participação mais competitiva e efetiva das empresas brasileiras não apenas em compras públicas de terceiros países, mas no comércio internacional como um todo”, complementa Neto.

Outros acordos

Além da recente conclusão do protocolo de compras públicas do Mercosul, o Brasil está negociando o tema com a União Europeia, EFTA [European Free Trade Association], Chile e México. Nos dois primeiros casos, as negociações estão sendo feitas em conjunto com os sócios do Mercosul. Já com o Chile e o México, as tratativas são bilaterais.

O secretário do Mdic afirma que a expectativa é de que essas negociações avancem neste ano, com a possibilidade de conclusão, em particular, com a União Europeia. “Tudo dependerá da dinâmica de cada negociação e de se alcançar resultados equilibrados e satisfatórios [para todos]”, diz Neto.

Para Freitas, da FAAP, os tratados com os demais países, seja com o Chile, México ou com as nações europeias são importantes para reduzir o custo e aumentar a qualidade dos projetos de obras públicas.

“O objetivo principal desses acordos é o de fazer com que o Brasil não só consiga ter acesso a novos mercados, mas também que consiga adquirir produtos de maior qualidade com menor custo”, diz Freitas.

“Isso é particularmente importante, porque os produtos nacionais enfrentam o já conhecido custo Brasil […] Esses acordos representam uma mudança de paradigma no comércio exterior”, conclui.

 

Fonte: Diário do Comércio e Indústria – DCI